quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Mudanças na política

Thomas Sowell
11 de setembro de 2008

Um dos clichês políticos que faz sentido é que “Em política, uma noite é um tempo muito longo”.

Há menos de um ano, a grande questão era se Rudolph Giuliani poderia vencer Hillary Clinton na eleição deste ano. Há menos de dois meses, Barack Obama[*] tinha uma grande vantagem sobre John MacCain nas pesquisas. Há menos de uma semana, experientes analistas de mercado diziam que Mitt Romney seria o vice de McCain.

Não precisamos de Barack Obama para criar “mudança”. As coisas mudam em política, na economia e em todo lugar na sociedade americana, sem que se espere um messias político que nos lidere a uma terra prometida.

Quem teria imaginado que o grande discurso de Obama na convenção democrata desapontaria, enquanto o de McCain incendiaria a audiência quando ele anunciou a escolha da governadora do Alaska como sua vice?

Alguns se surpreenderam com a escolha de uma mulher. O que é surpreendente é que ela seja uma articulada republicana. Quantos espécimes do tipo vocês conhecem?

Apesar do incessantemente repetido mantra “mudança”, a política de Barack Obama é tão velha quanto o New Deal e está atrasado em relação à economia atual.

A afirmação do senador Obama de que “nossa economia está em desordem” é uma coisa padrão na esquerda e na grande mídia, que está morrendo de vontade de usar a palavra “recessão”.

Não somente a desaceleração da economia não chegou a ser uma recessão, mas os dados mais recentes mostram que a economia americana cresce a uma taxa maior que 3% – uma taxa com a qual muitas economias européias sonham, apesar de sermos constantemente encorajados a imitar aqueles países cujos resultados finais não são tão bons quanto os nossos.

A “mudança” de Barack Obama é uma reciclagem do tipo de política e retórica do New Deal, que prolongou a Grande Depressão dos anos 1930 muito além da duração de qualquer depressão econômica conhecida.

Essas são políticas esquerdistas do mesmo tipo que levou à inflação de dois dígitos, à taxa de juros de dois dígitos e ao crescente desemprego da administração Carter. Essas são mudanças do tipo “de volta ao futuro” para os desastres econômicos que precisam se repetir.

Não se iludam: a retórica política de FDR era extraordinária. Para aqueles admiradores da retórica política, como tantos apoiadores de Barack Obama parecem ser, FDR era o máximo. Para aqueles que se preocupam com os resultados, os registros históricos de FDR são abismais.

Apesar de a Grande Recessão ter começado no governo de Herbert Hoover, o desemprego em seu último ano de mandato não foi tão alto quando se tornou durante cada um dos cinco primeiros anos do governo de FDR.

Durante os oito anos dos dois primeiros mandatos de FDR como presidente, em somente dois anos o desemprego foi menor do que tinha sido no governo de Hoover – e não muito menor.

Tem sido creditado à II Grande Guerra o mérito de ter tirado os EUA da Grande Depressão. O que a guerra fez foi por um fim ao New Deal, pelo fato de que a sobrevivência nacional se tornou a principal prioridade e substituiu a retórica anticapital e de guerra de classes de FDR.

A retórica atual do senador (anticapital e de guerra de classes) funcionou brilhantemente, num sentido político, para FDR nos anos 1930. Mas Obama está seguindo um caminho contrário ao de FDR no que tange às ameaças à segurança nacional americana.

O senador Obama tem repetidamente tentado gerenciar as ameaças à segurança nacional através da retórica. Ele tentou menosprezar a ameaça de um Irã nuclearizado porque o Irã é “uma pequena nação” – apesar de ela ser maior do que o Japão, que lançou um ataque devastador aos Estados Unidos em Pearl Harbor.

FDR teve o bom senso de começar uma grande preparação militar em 1940, mais de um ano antes de os EUA serem atacados. Ele disse: “Se você espera até ver o branco dos olhos deles, você nunca saberá o que lhe atingiu.”

Cortar gastos militares e levar os problemas de política externa às Nações Unidas são a versão de “mudança” de Obama.

Isso é mudança em que não podemos ousar acreditar. Isso é audácia da enganação.

[*] A mordaz colunista do Townhall, Ann Coulter, se refere a Obama como B. Hussein Obama, o que é bem mais apropriado ao candidato democrata, além de ser uma finíssima ironia. (N. do T.)

Publicado por Townhall.com

Tradução de Antônio Emílio Angueth de Araújo

Fonte: Mídia sem máscara

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